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Eleições de 2024 expõem disputas entre plataformas digitais e autoridades eleitorais

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    publicabcp
  • 5 de nov.
  • 3 min de leitura
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Artigo de Rachel Callai Bragatto (UFPR) e Alexandre Arns Gonzales (Ipea) analisa como as eleições brasileiras de 2024 evidenciaram a tensão entre empresas de plataformas digitais e autoridades eleitorais. Publicado este ano na Revista Contracampo, o estudo Eleições e plataformas digitais: a suposta oposição entre liberdade de expressão e transparência na moderação de conteúdos examina como a disputa em torno da transparência na moderação de contas e conteúdos se tornou um dos principais pontos de conflito entre essas empresas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Com base na economia política dos dados, o artigo analisa como empresas e autoridades eleitorais interagem, de forma cooperativa ou em conflito, na definição das regras de transparência aplicadas à moderação de conteúdos. 


A pesquisa se baseia na análise de documentos públicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de comunicados de plataformas como Google, Meta, X (antigo Twitter), TikTok, entre outras. Essa abordagem busca observar como diferentes atores mobilizam as noções de regulação e liberdade de expressão para justificar suas posições.


Entre os materiais analisados, o estudo dá destaque à Resolução nº 23.732/2024, aprovada pelo TSE, que estabeleceu novas regras de responsabilidade para as plataformas digitais no período eleitoral. A norma exigiu que as empresas tornassem públicas suas medidas contra a desinformação e criassem repositórios de transparência sobre anúncios político-eleitorais. 


A análise mostrou que, em resposta, algumas plataformas adotaram medidas de afastamento ou enfrentamento em relação à Justiça Eleitoral.


Os autores identificam que as eleições de 2024 representaram um recuo na cooperação entre empresas e autoridades, com casos de suspensão de mecanismos de transparência e de revisão de políticas de moderação. 


O Google, por exemplo, deixou de permitir anúncios políticos e reduziu a atualização de sua central de transparência; já a Meta encerrou programas de checagem e monitoramento de conteúdo. Essas decisões, observam os pesquisadores, indicam uma mudança no padrão de atuação das plataformas frente às exigências de regulação.


Como conclusão, o estudo aponta a necessidade de criação de mecanismos públicos e sociais de transparência que permitam a análise das decisões humanas e algorítmicas das plataformas digitais.


Para os autores, a discussão sobre liberdade de expressão não pode ser dissociada da responsabilidade das empresas na moderação de conteúdo, especialmente durante processos eleitorais. O artigo também sugere o avanço de pesquisas que examinem a influência dessas plataformas no debate legislativo sobre regulação digital no Brasil.


Em resumo:

  • O estudo analisa a disputa entre plataformas digitais e autoridades eleitorais nas eleições de 2024.


  • O foco está na transparência e na responsabilidade pela moderação de contas e conteúdos.


  • A Resolução nº 23.732/2024 do TSE criou novas regras de transparência para as plataformas.


  • As empresas reagiram com recuo na cooperação e redução de mecanismos de transparência.


  • Google e Meta alteraram políticas, limitando o acesso a dados sobre anúncios e moderação.


  • O estudo aponta a urgência de mecanismos públicos e sociais de transparência.


  • Destaca também a importância de novas pesquisas sobre a influência das plataformas no debate regulatório no Brasil.



Sobre os autores


Rachel Callai Bragatto é professora no Departamento de Artes na Universidade Federal do Paraná e possui experiência profissional e acadêmica nas áreas de políticas culturais, participação política e internet. 


Alexandre Arns Gonzales é atualmente pesquisador bolsista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pesquisador voluntário do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, possui experiência e trabalho na área de Governança Global da Internet, Economia Política dos Dados e eleições. 



FICHA TÉCNICA

Título: Eleições e plataformas digitais: a suposta oposição entre liberdade de expressão e transparência na moderação de conteúdos

Autores: Rachel Callai Bragatto e Alexandre Arns Gonzales

Ano de Publicação: 2025

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