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A Lei de Anistia em debate: desafios da justiça de transição no Brasil

  • Foto do escritor: publicabcp
    publicabcp
  • 24 de set.
  • 3 min de leitura
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O pesquisador Filipe Cortes de Menezes apresenta uma análise aprofundada da anistia no contexto da justiça de transição no livro A Lei de Anistia de 1979 no Brasil: A Superação dos Óbices Jurídico-Estruturais Para a sua Ressignificação Mediante uma Nova Jurisdição Constitucional (STF) Participativa, publicado em 2025 pela Editora Lumen Juris. 


A obra examina os limites estruturais que marcaram a redemocratização brasileira e discute a atuação do Supremo Tribunal Federal diante das demandas por revisão da lei, com destaque para o julgamento da Guerrilha do Araguaia e suas repercussões jurídicas.


No estudo, a Guerrilha do Araguaia aparece como caso emblemático para compreender as limitações da Lei de Anistia. Enquanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos considerou a lei incompatível com tratados internacionais de direitos humanos e determinou medidas de responsabilização, o Supremo Tribunal Federal manteve sua validade em 2010, assegurando a não responsabilização de agentes do regime militar. Essa divergência evidencia os entraves institucionais que o autor denomina “óbices jurídico-estruturais”, centrais para a análise desenvolvida no livro.


A principal questão levantada é a  forma como o Estado  brasileiro pode, pela via jurisdicional e em bases democráticas, cumprir as determinações da Corte Interamericana de Direitos Humanos relativas à incompatibilidade da Lei de Anistia com tratados internacionais.


Entre as contribuições, o autor analisa documentos da tramitação do Projeto de Lei nº 14/1979, que deu origem à Lei de Anistia. A pesquisa mostra que o processo legislativo ocorreu sob forte influência do regime militar, resultando em uma anistia parcial, distinta da demanda popular por uma “anistia ampla, geral e irrestrita”. 


Menezes destaca ainda a participação do então presidente João Figueiredo nesse contexto e a presença de mecanismos de concentração de poder que limitaram a revisão crítica do passado autoritário.


A obra articula fundamentos jurídicos, filosóficos e sociológicos, com referência à teoria crítica dos direitos humanos e à perspectiva de democracia participativa. Além da análise do caso brasileiro, o estudo incorpora um olhar comparativo sobre experiências de justiça de transição em países como Argentina, Chile, Peru e Uruguai, evidenciando semelhanças e diferenças nos processos de enfrentamento de legados autoritários.


Ao final, Menezes propõe a ressignificação da Lei de Anistia por meio do uso de mecanismos constitucionais que ampliem a participação democrática no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Para o autor, a revisão dessa lei, associada ao fortalecimento da justiça de transição, é parte do processo de consolidação dos direitos humanos e da democracia no Brasil.



Em resumo:

  • O livro analisa a Lei de Anistia de 1979 no contexto da justiça de transição no Brasil.


  • O estudo tem como foco identificar os limites institucionais que impediram a plena responsabilização por crimes da ditadura.


  • A Guerrilha do Araguaia é usada como caso emblemático, destacando a divergência entre decisões do STF e da Corte Interamericana de Direitos Humanos.


  • Foram examinados documentos do processo legislativo do Projeto de Lei nº 14/1979, revelando a forte influência do regime militar na redação final.


  • A obra propõe a ressignificação da Lei de Anistia por meio de mecanismos constitucionais que ampliem a participação democrática.



Sobre o autor


Filipe Cortes de Menezes é Procurador Municipal e doutor em Direitos Humanos pela Universidade Tiradentes (UNIT/SE). Sua pesquisa se insere na linha Direitos Humanos na Sociedade, com foco em democracia, justiça de transição e jurisdição constitucional. Em 2025, publicou pela Editora Lumen Juris o livro A Lei de Anistia de 1979 no Brasil: A Superação dos Óbices Jurídico-Estruturais Para a sua Ressignificação Mediante uma Nova Jurisdição Constitucional (STF) Participativa, fruto de sua tese de doutorado.




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FICHA TÉCNICA

Título: A Lei de Anistia de 1979 no Brasil: A Superação dos Óbices Jurídico-Estruturais Para a sua Ressignificação Mediante uma Nova Jurisdição Constitucional (STF) Participativa

Autor:  Filipe Cortes de Menezes

Editora: Editora Lumen Juris

Ano de Publicação: 2025

ISBN: 9788551933466

Disponível em: Editora Lumen Juris

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