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Mariana: silenciamento de vítimas e acobertamento de empresas

  • Foto do escritor: publicabcp
    publicabcp
  • 18 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de out. de 2023



O livro “Desastre e desgovernança no Rio Doce”, organizado por Adrian Gurza Lavalle, presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), e Euzeneia Carlos, professora de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), aborda as consequências do desastre ocorrido na região do Rio Doce, no município de Mariana (MG), e as falhas nas medidas de reparação subsequentes. A obra foi publicada em 2022 pela editora Garamond.

A obra oferece uma análise detalhada dos impactos do desastre, incluindo a contaminação da bacia do rio, a devastação das infraestruturas, a perda de meios de subsistência e os efeitos deletérios na saúde física e mental das comunidades afetadas. A narrativa também destaca como o sistema de governança do desastre foi dominado por interesses corporativos.

A atuação da Fundação Renova (FR) é um dos assuntos discutidos no livro. Criada e controlada pelas mineradoras, a entidade deveria ter sido um agente de reparação e governança para as comunidades prejudicadas, mas acabou funcionando de forma contrária. Os livro destaca, nesse sentido, o posicionamento da imprensa, que apontou que a FR agiu como um elemento de desmobilização e desgovernança, focando seus esforços em minimizar as responsabilidades das empresas mineradoras envolvidas e em silenciar as demandas legítimas das vítimas.



Uma parte do livro é dedicada a apresentar as contratendências e as resistências que emergiram para combater a estratégia da FR e as buscas por justiça em favor das comunidades atingidas. Movimentos sociais, organizações comunitárias e comunidades indígenas têm desempenhado um papel crucial em manter o foco nas práticas da FR e das mineradoras.

"Desastre e desgovernança no Rio Doce" não apenas descreve os problemas decorrentes do desastre de Mariana. Aponta também questões mais amplas relacionadas ao modelo de governança e exploração mineral no Brasil. A obra destaca a importância de uma revisão do modelo existente no setor de mineração, a necessidade de fortalecer o licenciamento ambiental e de aumentar a transparência e a responsabilização das empresas mineradoras.



Perfil dos organizadores

Adrian Gurza Lavalle é professor do Departamento de Ciências Políticas da USP (DCP-USP). Seu currículo acadêmico inclui pós-doutorado no Institute of Development Studies, doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, mestrado em Sociologia pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) e graduação em Ciencia Política y Administración Pública, também na UNAM.

Além do seu trabalho acadêmico, Lavalle também é ativo em instituições de pesquisa e organizações relacionadas às ciências sociais no Brasil. Ele é vice-diretor e pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

Euzeneia Carlos é professora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua jornada acadêmica conta com um doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e um pós-doutorado em Sociologia Política pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). A professora tem também participação em atividades de pesquisa. Ela é a coordenadora do Núcleo Participação e Democracia (NUPAD) da UFES e pesquisadora do Núcleo Democracia e Ação Coletiva (NDAC) do CEBRAP.

FICHA TÉCNICA

Título: Desastre e desgovernança no Rio Doce

Organizadores: Adrian Gurza Lavalle e Euzeneia Carlos

Editora: Garamond

Ano de lançamento: 2022

ISBN: 978-65-5937-027-6

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